sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Primeira Noite






















Há algum tempo que encontro uma cidade devorada
Não uma cidade que devora
Mas um tempo que nos consome
Não um tempo que consumimos

Não encontro mais cidade nenhuma em lugar nenhum
A cidade não mais é a mesma desde que foi dita uma vez
Como cidade
E assim como um dia passou a existir, passou a ser um fim
Eu engoli uma cidade inteira...não ontem, mas a engulo hoje
Assim como ela nos engole em um engarrafamento

Passeio numa avenida, assim como num parque
Vejo tudo que nela me agrada, tudo o que apavora
Minha cidade não é mais minha
Eu é que sou dela

5 comentários:

Danton K disse...

muito louco! gostei, belo trabalho

leiturasmusicais.blogspot.com

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ED CAVALCANTE disse...

SEU TEXTO PASSA A IDÉIA DE UMA PESSOA QUE ESTÁ TENTANDO SE ENCONTRAR. ESSA COISA DE SE PERDER E NÃO RECONHECER O SEU PRÓPRIO LUGAR!

Leandro Fonseca disse...

cuidado para não ter indigestão. abraço.




L.F.

...Da teoria á prática... disse...

Sem fastio
Com fome de tudo

Passando por cima de tudo e de todos
A fome universal sempre querendo tudo
E com o tempo inteiro a seu favor
Um pulo nessa imensidão de famintos
Sem leite nem pra pingar no expresso do dia
Não vejo a hora de comer já salivando
O estômago fazendo a festa em alto volume
Daqui da fome dá pra ver o que acontece

A fome tem uma saude de ferro
Forte, forte como quem come

A fome de tudo...de tudo!!!