segunda-feira, 21 de julho de 2008

Preciosso tempo para viver a sensação da morte.




Meu tempo me consome...
ao mesmo tempo em que digo
não vejo a vaidade do tempo me levar,
E não sou eu quem consome o tempo.


Vejo as horas,
minha vida...
cada minuto que o relógio leva embora,
com seu girar repetitivo.
E lá vai minha alma...
segue com o soprar de um vento,
adormecido, quase morto.

Eu digo tempo para morte,
e não para vida.

Levamos tempo para morrer,
e não para viver.
Hoje meu dia é o tempo que levo
em frente ao espelho.

Vejo o rosto de um tempo que passou
disfigurado.

A marca vem com batidas do coração
que vibra.
E eu digo:
ah...que vontade eu tenho de viver.
Em outro momento eu respondo:
quem dera eu o pudesse.

Já passaram muitas horas
desde o meu último encontro com ela.
A vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Existêncialismo Sólido.

Me apresentei,
Eu sou o ser alheio.
E como sou fulano,
evitei conversa fiada.
Existi em uma sólida
existência, dissolvida e
absolvida de si próprio.
Ditei ao espelho
frases que me carregaram a
alma. Entre mim,
e o que sou,
há apenas o que sei.
Por que?

...O pecado


É sempre à noite
que me encontro
num encontro
com você
de imaginar

É sempre à noite
que me encontra
acompanhada de solidão

E nesse encontro
(que não é verdade, nem mentira,
reprimo o desejo de uma lágrima)
eu não te encontro
vestida de vermelho, ou de saudade.
Te encontro, simplesmente vazia,
falsa em teu ser.

Profundo nos teus olhos
se encontra a escuridão,
um infinito ser(vazio).
E me leva a tua alma
que não existe.

Que leva ao falso ser, maligno-imaginário,
de minha mente?,
que tu és
onde sou eu, onde serei o sábio que se veste de mentiras.

Então me encontro no sofrimento
(não é sofrimento nem angústia)
Não tem dor, não tem nada.

Diário



Segui a noite
no bloco do eu sózinho,
nada de novo.
Foto: Cris Martins.

Retrato

Os olhos, vigiam dia e noite.
E a pele, sente o toque,
Que vai além.
Permanece sobre a luz escura.
A cabeça recebe a imagem do corpo
Despido, crú.
Enfim sai uma palavra da boca,
que em forma de sussuro
causa arrepios.

Quem despiu a alma
do direito a vida?
Esse, despiu também o conhecimento
A paz.

Mas a mente trabalha digital
Automática e mecânica
E a criação divina
abençoada pelo caos humano
Arma-se com a criação de Deus

o valioso,
perdeu o seu valor.
Não restou prazer.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Primeira Noite






















Há algum tempo que encontro uma cidade devorada
Não uma cidade que devora
Mas um tempo que nos consome
Não um tempo que consumimos

Não encontro mais cidade nenhuma em lugar nenhum
A cidade não mais é a mesma desde que foi dita uma vez
Como cidade
E assim como um dia passou a existir, passou a ser um fim
Eu engoli uma cidade inteira...não ontem, mas a engulo hoje
Assim como ela nos engole em um engarrafamento

Passeio numa avenida, assim como num parque
Vejo tudo que nela me agrada, tudo o que apavora
Minha cidade não é mais minha
Eu é que sou dela